domingo, 11 de maio de 2014

O divórcio e as crianças. Como agir?






Para os casais em processo de separação, o fim da relação torna-se muito mais complicado quando existem filhos em comum.
Sendo que os filhos são um elo para toda a vida,  é muito importante que este momento seja gerido com muita sensibilidade e calma.

Será para todos, pais e filhos, uma fase de instabilidade emocional. Surgem muitas mudanças, dúvidas e inseguranças, pois o futuro será marcado por claras alterações.
Todas as mudanças geram sofrimento, porém, se forem geridas adequadamente,  resultarão em maturidade emocional

O seu filho irá certamente passar por momentos de tristeza e questionamento. Deste modo, apresentamos alguns pontos a considerar em caso de separação dos pais.

1.
É fundamental evitar discussões e acusações na presença do seu filho. Jamais deverá culpabilizar o seu parceiro pela situação. Esta fase deve ser encarada como natural, reforçando que o pai e mãe já não são namorados, mas que continuam a amar muito o filho.

2.
Caso o seu filho manifeste sinais de tristeza ou revolta, deverá demonstrar que compreende e respeita os seus sentimentos, referindo:
«compreendo que estejas triste (revoltado), mas sabes que nós continuamos a amar-te muito.»
Se o seu filho tiver vontade de chorar, aceite a sua manifestação de revolta, tristeza e zanga. Ofereça-lhe o seu colo, carinho e compreensão. 

3.
Muitas crianças, acreditam que os pais se vão separar por sua causa.  Inclusive,  podem fantasiar que esta rutura, surge porque se portaram mal ou porque não cumpriram alguma regra familiar. É muito importante esclarecer que a separação é uma decisão de adultos e não motivada pelo comportamento de uma criança. 

4.
Seja criativo e dramatize através de brincadeiras, jogos ou histórias o que está a acontecer com o seu casamento. Deste modo, poderá explorar emoções e sentimentos do seu filho. 


5. 
Nestas alturas, na maioria das vezes, são os próprios adultos que complicam as coisas. Simplifique, possibilitando ao seu filho que na fase inicial não existam restrições de tempo e horário para a companhia do pai ou mãe. Devem ser permitidos telefonemas, caso o seu filho o solicite.

6.
Após a separação, os adultos devem apostar num contato cordial, na presença do menor. Deste modo, a criança compreenderá que apesar de separados, os pais continuam a respeitar-se e principalmente a respeitar o amor que sentem pelo filho.

7.
Quando se sentir preparado, deve falar sobre os bons momentos  vividos com o pai e a mãe. Esta partilha deve ser vivida com agrado. 

8.
A família de proximidade terá um papel fundamental nesta fase. Solicite apoio e evite situações de dramatização. 
A escola, poderá igualmente apoiar o seu filho. Informe o professor responsável. Deste modo, terá maior suporte e compreensão em casos de ocorrência de comportamento instável. 

9.
Nunca se deve esquecer: são os adultos que se vão separar, não a criança.
O seu filho deve sentir que é importante para ambos os pais. 
« Nós seremos sempre os teus pais e tu serás sempre o nosso filho.»



quinta-feira, 1 de maio de 2014

O meu filho diz que não gosta da escola. E agora?

Quase todos nós, em algum momento da vida escolar sentimos descontentamento e referimos facilmente que não gostamos da escola, tal é natural, quando resulta de algum episódio concreto e surge como manifestação esporádica.

 Por outro lado se verificar que este tipo de observação: "não gosto da escola!", " não quero ir à escola!" se torna recorrente e aliado a comportamentos de resistência, "birras", choros, tristeza evidente, apatia, ou mesmo comportamentos agressivos... é fundamental que compreenda quais os motivos para tal comportamento


Em primeiro lugar deverá demonstrar total compreensão e evitar comportamentos autoritários. Deverá continuar a levar o seu filho à escola, porém sem desvalorizar o seu sentimento de insatisfação, mostrando-lhe que está disponível para ajudar.

Em vez de: "Tens que ir à escola, porque eu é que sei o que é bom para ti!" ou "Vais à escola, e acabou-se a conversa!",
Deverá dizer: "Sei que algo te incomoda na escola, e tu sabes que eu gosto muito de ti e tudo farei para te ajudar!" 

Caso o seu filho manifeste dificuldades em verbalizar as razões do seu descontentamento, poderá pedir-lhe que escreva num papel o que sente.
Solicite ajuda a um adulto de referência ou a um amigo. Por vezes, por receio em desiludir os pais, torna-se mais fácil falar com outra pessoa de confiança.
É igualmente muito positivo, criar uma história cuja principal personagem seja uma criança  ou jovem que se sente triste e sem gosto pela escola. Procure explorar esta história com o seu filho, perguntando-lhe:
"- Porque achas que ______ não gosta de ir à escola?"
"- Como achas que o professor o pode ajudar?" E os amigos? E os pais? E...?"


Outro aspeto importante é esclarecer se o seu filho "não gosta de ir à escola" ou se "não gosta de ir às aulas". Este pequeno pormenor ajudará a compreender se o problema reside na sala-de-aula, ou nos intervalos com os colegas. 

Logo que se aperceba desta situação, deverá contratar o professor titular/diretor de turma e se necessário, a direção do agrupamento, para que todos os procedimentos necessários sejam realizados para ajudar o seu filho a superar esta situação.

Aposte na educação positiva e consciente e ensine ao seu filho...