domingo, 1 de março de 2015

Mãe, pai…hoje trouxe um “Monstro” na minha mochila! Tenho TPC´s para fazer!

Hoje vamos falar sobre o “monstrinho” TPC´s.



Este é cada vez mais um tema controverso e motivador de opiniões discordantes. Alguns pais e professores defendem a importância dos TPC´s, outros por sua vez, acham-nos desapropriados, considerando o número de horas diários que as nossas crianças e adolescentes passam na escola.

Validando as diferentes opiniões, cabe primeiramente compreender quais os objetivos dos trabalhos para casa (TPC´s). Deste modo,  este tipo de trabalhos  têm como objetivo o reforço de aprendizagens que poderão ser mais difíceis, requerendo assim maior tempo de estudo. Os TPC´s foram igualmente implementados tendo como fundamento o treinamento do sentido de responsabilidade e autonomia dos alunos, bem como das rotinas e bons hábitos de estudo.

Na verdade apesar dos objetivos apresentados, muitas crianças manifestam resistência e muito cansaço no momento dos TPC´s. 

Um dos reforços positivos mais esperado pelos alunos é o de ouvir o professor dizer: “Hoje não há TPC para casa!”.

Mas porque os TPC´S existem e fazem parte da realidade dos filhos, vamos então abordar algumas estratégias para dominar este “Monstrinho”.
  1.   Posso brincar? Naturalmente depois de um dia na escola as crianças anseiam pelo momento em que chegam a casa para poderem descansar e brincar. Nesta altura por vezes surge o comentário: Primeiro estão os trabalhos de casa, depois podes ir brincar!

Vamos experimentar inverter esta rotina. Permita que o seu filho depois de um dia na escola possa instalar-se confortavelmente no seu ambiente seguro e tranquilo, a sua casa. Procure estabelecer um acordo, assim poderá lanchar e brincar e depois deverá fazer os trabalhos de casa. Pode inclusive criar em conjunto com o seu filho um relógio ou um quadro mágico, com os seus vários momentos do dia. Deste modo, os momentos de brincadeira são assinalados tal como os dos TPC`s e todos são valorizados.

 2.  Hoje não quero fazer os trabalhos de casa? Cansaço, aliado a birras e choros conduzem os pais a um  verdadeiro “ataque de nervos”. 
Nestes casos, quando surge a recusa em fazer os TPC´s, tente compreender calmamente qual o motivo para esse comportamento. Seja compreensivo. Experimente perguntar-lhe como se sente.
Pai: “Filho deves estar cansado depois de um dia de escola. O pai/mãe também está. É natural.” “Vamos então descansar um pouco os dois e depois já tratamos dos TPC´s.”
O carinho, a ternura e um de voz calmo podem fazer “milagres”.

3.Os TPC´s não têm piada nenhuma! Pois é, tal como para nós adultos, também para as crianças tudo o que é sentido como agradável, divertido e harmonioso torna-se mais apetecível e é realizado naturalmente com interesse e gosto.
Vamos então tornar os TPC´s mais divertidos. Experimente aproximar-se do seu filho, fazendo uma expressão de satisfação ao olhar para as suas folhas de TPC. Tente personalizar estes trabalhos, atribuindo nomes engraçados a alguma imagem. Imagine que no trabalho do seu filho existe um sol. Faça uma careta dizendo: "Filho, que maravilha, hoje estás a fazer o TPC do Sol Malaquias. Este sol é um malandreco. Depois de terminares os TPC´s vou contar-te a sua história!". Neste caso a criatividade é o limite!

4. Realmente também preciso de ajuda! Um factor gerador de maior ansiedade nos pais poderá ser a incapacidade para esclarecer alguma dúvida dos filhos. Se não consegue ajudar o seu filho a resolver alguma pergunta ou exercício dos TPC´s, deve ser sincero e assumir: "Essa resposta eu não sei! Vamos pesquisar?". Poderá aproveitar este momento para pesquisar com o seu filho sobre algum tema que desconhece. É muito gratificante partilhar aprendizagens em família. 

5. Eu não consigo aprender isto! Cada criança tem um modelo diferente de aprendizagem Na verdade não aprendemos todos do mesmo modo. 
Uns caracterizam-se como auditivos, outros visuais e outros cinestésicos. 
Tente compreender qual o tipo privilegiado de aprendizagem do seu filho e deste modo poderá motivá-lo a estudar e a aprender. 
Uma criança auditiva, gosta que lhe contem histórias. Aprecia escutar outra pessoa a explicar os conteúdos.  
Os visuais valorizam as imagens, aprende pela visão. Aprecia demonstrações e aprecia imaginar o que lê.  
No caso dos auditivos e dos visuais, pode pedir-lhe para fechar os olhos e tentar imaginar tudo o que lhe é explicado. 
O cinestésico, aprende através do envolvimento direto. Gosta de tocar e sentir. Experimente dar-lhe uma bola mole para mexer enquanto estuda.


Bons estudos! :-D