quinta-feira, 28 de maio de 2020

Regresso ao Pré-escolar. E agora, como devo preparar o meu filho?


Regresso ao Pré-escolar. E agora, como devo preparar o meu filho?

 

Brincar, saltar, correr, aprender, socializar, valorizar e sentir, são algumas das palavras que associamos sempre que é abordado o tema da aprendizagem e crescimento infantil.

Neste momento, estas são também as palavras que assombram o pensamento de muitas famílias e profissionais da educação, agora que se prepara o regresso ao ensino pré-escolar, no próximo dia um de junho.

Nesta nova fase escolar e depois de um período de isolamento social e do gradual processo de desconfinamento, chegou o momento de voltar à escola. Chegou o momento de transpor o muro dos afetos para finalmente brincar com os amigos, escutar a palavra terna do educador, o gargalhar do assistente operacional e sonhar com a história alegre contada pelo animador.

Com todas as mudanças que se impõem para naturalmente garantir a segurança e bem estar das crianças e da comunidade educativa, será que existe alguma hipótese de colorir este caminho de regresso com tons alegres, como as cores do arco-íris que tanto nos brindaram de esperança nos momentos mais cerrados do isolamento social? Ou será que continuaremos a considerar este processo de retorno à “nova” realidade escolar como negro ou salpicado de tons cinzentos?

Uma coisa é certa, realmente vão existir procedimentos novos, rotinas diferentes, mas a essência da educação brindada de afetos e emoções continuará a existir e nesta fase vamos aprender e ensinar a sorrir com os olhos e a abraçar com o coração.

É perfeitamente natural experimentar uma sensação de “nó no estômago”, ansiedade e receio pelo processo emotivo e social que se avizinha. Na verdade, o lugar especial onde outrora as nossas crianças gostavam de brincar, de explorar emoções e criar aventuras…é agora um espaço abarcado por novas regras que parecem beneficiar a saúde em detrimento do brincar e dos efetos, mas será possível dissociar bem-estar e emoções?

Muito se escreve, muito se lê, muito de diz e muito se contradiz em relação a este tema, efetivamente o regresso ao pré-escolar é controverso. A verdadeira base da escola é a socialização, a promoção dos afetos e da ligação com os outros: crianças e adultos.
 Vários estudos indicam com clareza que o processo de aprendizagem está intimamente ligado e é nutrido pela qualidade das relações estabelecidas com os outros, pelo brincar, explorar, criar e pela gestão das emoções.

Para um regresso o mais tranquilo possível ao pré-escolar é então muito importante esclarecer qual o papel da família e dos profissionais integrantes no ensino pré-escolar.

Na família a criança aprende a enfrentar desafios, a saborear conquistas e a abraçar a vida, assim para um retorno calmo, ancorado em memórias felizes e curiosidades otimistas cabe aos pais explicar de forma tranquila e com uma linguagem simples e clara algumas novidades.

1.  Utilização de máscaras por parte dos adultos. É essencial prevenir a surpresa das crianças em relação à imagem visual dos adultos que já conhecem e com os quais deverão ter uma ligação afetiva segura. Cabe aos pais explicar que por motivos de segurança, tal como o pai ou mãe, cobrem o rosto com máscaras quando vão por exemplo ao supermercado, também o educador, o assistente operacional e o animador irão proteger os meninos e meninas utilizando máscara.  Aproveitem para exemplificar e mostrar com se pode sorrir com os olhos. É igualmente importante esclarecer que as crianças não irão utilizar máscara.  

2. Baú das emoções. Os receios, medos e angústias devem ser partilhadas no seio familiar. Assumir “fantasmas”, promoverá a desconstrução de medos infundados, dando lugar a um sentimento de tranquilidade e segurança no momento da transição do pai para o educador. A criança deve exprimir as suas expetativas e sentimentos em relação ao regresso à realidade escolar.

3. A entrada na escola. É importante clarificar que a partir do dia um de junho, o processo de entrega da criança é realizado na entrada da escola. Esta é uma mudança que poderá causar alguma ansiedade, deste modo, é importante esclarecer que é uma nova regra da escola. Os pais continuam a despedir-se dos filhos, continuam a entregar os filhos ao cuidado dos adultos que trabalham na escola e nos quais confiam, mas não existe entrada no estabelecimento escolar.

- Os brinquedos ficam em casa. Indique que esta é uma informação dada pelo educador. Os brinquedos pessoais deverão ficar em casa. Na escola existem muitos brinquedos com os quais poderão voltar a brincar com os amigos.


Para auxiliar a transmissão destas mudanças, os pais deverão transformar o momento informativo, num momento lúdico. Podem por exemplo optar por apresentar as mudanças fazendo desenhos, ou explorando as novas regras através de uma conversa entre brinquedos.

Na realidade o essencial é explicar de forma clara e se possível empregando um toque de humor e diversão às novas alterações de rotinas

Lembre-se, a primeira etapa para a promoção da tranquilidade parte do seio familiar e as crianças são autênticas “esponjas emocionais” absorvendo facilmente as emoções dos adultos que as rodeiam.


E quais as informações que são exclusivamente da responsabilidade do educador de infância?

Questões como novas atividades que poderão surgir no contexto de sala de aula, os cuidados no contato entre crianças, as rotinas de limpeza e higienização, deverão ser aspetos a abordar apenas pelo educador.

Neste seguimento serão adotadas pelo profissional estratégias e modelos de comunicação mais adequados às características do grupo turma e assim em simultâneo todas as crianças terão acesso a informações relacionadas com as rotinas da sala de aula, treinando novas habilidades e capacidades.

As crianças são autênticos mestres na arte da adaptação. A nós adultos: pais e profissionais cabe-nos o papel de agentes inspiradores, ensinando as nossas crianças a saborear novas conquistas e aprendizagens, fortalecendo a capacidade de resiliência e a sua autoconfiança.

Para qualquer questão e apoio necessário as famílias dos alunos que frequentam o ensino pré-escolar no Agrupamento de Escolas Silves Sul poderão solicitar apoio ao gabinete de psicopedagogia através do serviço de psicologia escolar.

Mara Guerreiro
Psicóloga Escolar
Gabinete de Psicopedagogia
Agrupamento de Escolas Silves Sul

sexta-feira, 20 de março de 2020

Vamos Lançar um Picasso

DESAFIO EM FAMÍLIA - Vamos lançar um Picasso ❤️

Hoje inicia-se um novo espaço no Programa Mimo Meu. 

Resultado da fase menos boa que todos passamos (covid19), o nosso programa passará a apresentar várias atividades que poderão ser realizadas em família neste momento em que se possível deveremos estar confinados à segurança do nosso lar . 

E hoje lançamos o desafio a todas a famílias para partilharem conosco as vossas obras de arte. Vamos todos ser Picassos em família, criando um momento criativo e divertido na nossa casa.

Para esta atividade basta um dado, uma folha de papel, materiais de pintura e muita criatividade. 






Partilhem as vossas obras de arte na página de facebook do Programa Mimo Meu 🏆🎲🎨👨‍👩‍👦‍👦

segunda-feira, 16 de março de 2020


Vamos Relaxar e Meditar 
#vaificartudobem



Neste nomento é muito importante aproveitar para aprender a relaxar.

❤️O  O Programa Mimo Meu sugere a realização de exercícios de relaxamentos divertidos e criativos para realizar em casa.

Estes exercícios podem funcionar como uma excelente ferramenta reguladora de emoções, promovendo relaxamento físico e mental em contexto familiar.


Hoje partilhamos dois relaxamentos:
(basta clicar no link)

- Sou uma Estrela
e
- Comboio da amizade


 Bom relaxamento!» ❤️

segunda-feira, 1 de outubro de 2018


Filhos únicos!







Quando o tema a tratar são os filhos, inúmeras são as questões que se colocam e cada vez mais surgem opiniões diferentes sobre o número ideal de filhos por família.

Resultado da vontade do casal, da austeridade financeira ou por questões de infertilidade, são muitas as famílias compostas por três elementos: pai, mãe e filho. Os números são claros, e Portugal é o país da união europeia com proporção mais elevada de filhos únicos.

Novamente um assunto de abordagem controversa: Os filhos únicos! Neste artigo de opinião pretende-se olhar as famílias na sua plenitude, independentemente da quantidade de filhos.

Facilmente somos confrontados com a velha máxima: “Os filhos únicos são rebeldes, mimados e egoístas.”

Será esta crença correta? Na verdade, o importante para o crescimento saudável em termos emocionais e relacionais de uma criança, não são os irmãos, mas sim outros fatores, os quais iremos abordar.

Criar uma vinculação segura, é fulcral para o seu filho cresça com sonhos, com hábitos de explorador e com gargalhadas acutilantes. Crianças frágeis, superprotegidas e dependentes facilmente perdem o brilho da infância. Tornam-se sombrias, com medo de sujar, com receio em viver os sorrisos curiosos e aventureiros próprios da sua idade.

A questão não deverá incidir na quantidade de filhos, mas sim na qualidade da sua educação, independentemente das famílias escolherem ter um, dois, três ou mais filhos.

Efetivamente, um filho único poderá sentir-se mais solitário em determinadas ocasiões, mas tal irá depender de todo o envolvimento social e da qualidade relacional da criança com os pares e adultos que integram o seu mundo. É importante promover atividades em contato com outras crianças. Deste modo, sentir-se-á integrado, motivado, exercitando o espirito de equipa.

Os filhos devem ser educados na base do amor, do respeito e da partilha. O filho único facilmente tornar-se-á uma criança amável, generosa, determinada, respeitadora e FELIZ, se os valores da sua educação forem devidamente estruturados.

Um aspeto menos positivo reside nas elevadas expetativas que muitas vezes são associadas ao filho único. Neste caso, a criança poderá desenvolver maior propensão a comportamentos ansiosos e de isolamento. Mais uma vez, cabe aos pais, família alargada e á sociedade promover a cada criança a possibilidade de navegar nos seus próprios sonhos, de gritar gostos originais e de pintar arco-íris de cores criativas.

O principal foco de atenção dos pais deverá residir no excesso. O importante para um filho não é a quantidade de brinquedos, nem estatuto da escola que frequenta, nem as roupas caras que veste, mas sim a qualidade dos abraços e dos mimos que recebe da sua família.

Educar com limites, regras e muito Amor. Sim, Obrigado!

Educar com exigências, com controlo excessivo e com facilitismo. Não, por favor!

Para finalizar, deixo apenas uma sugestão a todos os pais, com um ou mais filhos. Agora que acabaram de ler este artigo logo que possível aproximem-se dos filhos, olhos nos olhos e sorriam. Com ternura, abracem. Digam: “Gosto muito de ti! Tenho muito orgulho em ti!”

 Este é o único excesso permitido aos pais. Dizer e expressar o quanto amamos os nossos filhos.

Mara Guerreiro
Psicóloga Escolar





domingo, 28 de fevereiro de 2016

Identidades Quebradas - Violência no Namoro





Os números são alarmantes e requerem total atenção por parte de toda a sociedade. 
Em Portugal, um em cada quatro jovens ou adolescentes são ou já foram vítimas de violência no namoro

Este flagelo tem de ser travado e para tal é urgente que TODOS prestemos atenção aos primeiros sinais de violência entre os casais de namorados. 

Violência no namoro é considerado um crime público e provoca cicatrizes profundas na identidade e auto-conceito da vítima
Urge também considerar a importância de ajudar o agressor. Também este precisa de orientação e reenquadramento social e emocional. 

Neste jogo de ligações perigosas e altamente fragilizadoras, é importante sublinhar que o  AMOR reveste-se de cuidados, afetos, ternura e respeito! AMOR não significa poder, nem controlo, nem humilhação!


Principais formas de violência no namoro: 

  • maus tratos físicos e/psicológicos;
  • abusos e violência sexuais;
  • humilhações, perseguições, ameaças;
  • controle intencional através de intimidações (este controlo muitas vezes é exercido através de constantes mensagens de telemóvel e das redes sociais);
  • ciumes excessivos e sentimento de posse;
  • isolamento dos amigos e da própria família da vítima;


Inicialmente, quase todas as relações amorosos, onde tais comportamentos ocorrem, assumem estes fatos como naturais e até mesmo reveladores do amor do parceiro. 
A crença "Afinal se tem ciumes é porque gosta de mim!" está instalada no contexto popular e por vezes assume-se como "lobo com pele de cordeiro". 
Nestes casos é urgente denunciar e pedir ajuda!

A violência no namoro desfoca a capacidade de autonomia, fragiliza e gera total insegurança, enclausurando a integridade física e psicológica


Principais sintomas manifestados pela vítima:

  • ansiedade;
  • sentimento de culpa;
  • choro fácil;
  • tristeza e apatia;
  • baixa auto-estima e baixo auto-conceito;
  • perda de apetite;
  • hematomas no corpo ou no rosto;
  • isolamento dos pares e da família;
  • baixo rendimento escolar e dificuldades de concentração; 
  • gravidez na adolescência;
  • e numa fase mais avançada pode mesmo conduzir ao suicídio. 

É fundamental apelar à responsabilidade da sociedade para a realidade cruel desta situação! A prevenção e a intervenção são fundamentais no combate à violência no namoro!

O sentimento de vergonha e muitas vezes a desvalorização da própria vítima, conduzem a um sistema cíclico no qual a violência tende a ser cada vez mais rebuscada e intencional

Para as vítimas que não conseguem pedir ajuda aos amigos ou a adultos de confiança, existem várias entidades nacionais que podem ser contatadas e que se regem pelo princípio da confidencialidade. 

Se és vítima ou conheces alguém que é, deves DENUNCIAR





Contatos úteis: 



  • APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) 
  • http://www.apav.pt/ 

  • Linha de Emergência Nacional – Serviço telefónico gratuito, através da linha 144-
  •  http://www.seg-social.pt/linhas-de-apoio

  • Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica -  contato telefónico: 800 202 148










    domingo, 21 de fevereiro de 2016

    5 dicas para não educar um Super-herói

    Crianças e adolescentes super-heróis, fazem mil e uma coisas  simultaneamente e estão em diferentes locais em curto espaço de tempo. Não desfrutam dos momentos, nem das vivências entre amigos ou família!

    Super-heróis não discutem, são seres "perfeitos" que aparecem do nada nos momentos certos e sempre para salvar os outros

    Não têm tempo para amar, nem para falhar, nem mesmo para crescer! 
    Super-heróis têm muitos talentos e super poderes...São tudo ao mesmo tempo e tão pouco na realidade!

    Os super-heróis são personagens fictícias! Não são crianças, nem adolescentes ou  adultos! 






    Este artigo de opinião surge da necessidade de refletir conscientemente sobre a proposta da nova alteração de horário nas escolas...partilho 5  dicas para não educar um  filho super-herói!

    1. Abolir Famílias TIC TACA família funciona como território  apaziguador, tranquilizante e reestruturante. Ao final de cada dia, após momentos de diferenciadas aprendizagens na escola, a família deve ocupar o seu espaço de partilha, sem atropelos e correrias. Será que após mais de 10 horas diárias na escola, existirá disponibilidade e vontade para esta partilha, quer por parte dos filhos, quer por parte dos pais?

    2. Aplicar a lei da almofada reconfortante. O sono recomenda-se e é dos melhores remédios para a agitação e dificuldades de concentração! Uma criança e/ou adolescente que não descansa o suficiente, dificilmente estará desperto  e motivado para novas aprendizagens. Para compreendermos a importância do descanso noturno solicita-se uma pequena reflexão:
    - Como se sente pela manhã quando não dorme o tempo necessário? Agitado? Cansado? Sem muita paciência?...Assim também se sente o seu filho...


    3. Criar o bolso dos cartões mágicos. Sim refiro-me aos limites e à sua importância na educação de uma criança/adolescente! Imagine que dispõe de três cartões de cores diferentes. Um verde, um vermelho e um amarelo. A vida também funciona desta forma. Uma educação saudável e equilibrada regula-se através de limites firmados pela consistência do amor em família. Somente deste modo poderemos educar sustentados pelo sentido de autonomia, responsabilidade e respeito. 

    4. Explorar talentos pessoais. Todos somos diferentes e possuímos talentos únicos e mágicos! Os talentos devem em primeiro lugar ser auto-motivadores e promotores de auto-estima. Incentivar os filhos a desenvolver um talento de referência para os outros, funcionará como trampolim para a fácil desistência e auto-anulação. 
    Os talentos devem ser explorados nos locais próprios, em família e em momentos calmos e não após um dia de aulas!

    5. Esticar o elástico. Pois é, a vida funciona exatamente como um elástico. Podemos escolher esticar o elástico e ir alargando a nossa "base de dados" emocional e experiencial ou por outro lado podemos optar por não mexer no elástico deixando-o frouxo, sem crescimento e ausente de novas experiências. Prolongar o horário escolar funcionará claramente como o fraquejar do elástico da vida das nossas crianças e jovens.  

    Assim, termino o artigo reforçando a ideia: É fundamental "arregaçar as mangas" e recusar a  educação de Super-heróis!


    Mara Guerreiro
    Psicóloga Clínica/Orientadora Educacional

    Agrupamento de Escolas Silves Sul 

    domingo, 1 de março de 2015

    Mãe, pai…hoje trouxe um “Monstro” na minha mochila! Tenho TPC´s para fazer!

    Hoje vamos falar sobre o “monstrinho” TPC´s.



    Este é cada vez mais um tema controverso e motivador de opiniões discordantes. Alguns pais e professores defendem a importância dos TPC´s, outros por sua vez, acham-nos desapropriados, considerando o número de horas diários que as nossas crianças e adolescentes passam na escola.

    Validando as diferentes opiniões, cabe primeiramente compreender quais os objetivos dos trabalhos para casa (TPC´s). Deste modo,  este tipo de trabalhos  têm como objetivo o reforço de aprendizagens que poderão ser mais difíceis, requerendo assim maior tempo de estudo. Os TPC´s foram igualmente implementados tendo como fundamento o treinamento do sentido de responsabilidade e autonomia dos alunos, bem como das rotinas e bons hábitos de estudo.

    Na verdade apesar dos objetivos apresentados, muitas crianças manifestam resistência e muito cansaço no momento dos TPC´s. 

    Um dos reforços positivos mais esperado pelos alunos é o de ouvir o professor dizer: “Hoje não há TPC para casa!”.

    Mas porque os TPC´S existem e fazem parte da realidade dos filhos, vamos então abordar algumas estratégias para dominar este “Monstrinho”.
    1.   Posso brincar? Naturalmente depois de um dia na escola as crianças anseiam pelo momento em que chegam a casa para poderem descansar e brincar. Nesta altura por vezes surge o comentário: Primeiro estão os trabalhos de casa, depois podes ir brincar!

    Vamos experimentar inverter esta rotina. Permita que o seu filho depois de um dia na escola possa instalar-se confortavelmente no seu ambiente seguro e tranquilo, a sua casa. Procure estabelecer um acordo, assim poderá lanchar e brincar e depois deverá fazer os trabalhos de casa. Pode inclusive criar em conjunto com o seu filho um relógio ou um quadro mágico, com os seus vários momentos do dia. Deste modo, os momentos de brincadeira são assinalados tal como os dos TPC`s e todos são valorizados.

     2.  Hoje não quero fazer os trabalhos de casa? Cansaço, aliado a birras e choros conduzem os pais a um  verdadeiro “ataque de nervos”. 
    Nestes casos, quando surge a recusa em fazer os TPC´s, tente compreender calmamente qual o motivo para esse comportamento. Seja compreensivo. Experimente perguntar-lhe como se sente.
    Pai: “Filho deves estar cansado depois de um dia de escola. O pai/mãe também está. É natural.” “Vamos então descansar um pouco os dois e depois já tratamos dos TPC´s.”
    O carinho, a ternura e um de voz calmo podem fazer “milagres”.

    3.Os TPC´s não têm piada nenhuma! Pois é, tal como para nós adultos, também para as crianças tudo o que é sentido como agradável, divertido e harmonioso torna-se mais apetecível e é realizado naturalmente com interesse e gosto.
    Vamos então tornar os TPC´s mais divertidos. Experimente aproximar-se do seu filho, fazendo uma expressão de satisfação ao olhar para as suas folhas de TPC. Tente personalizar estes trabalhos, atribuindo nomes engraçados a alguma imagem. Imagine que no trabalho do seu filho existe um sol. Faça uma careta dizendo: "Filho, que maravilha, hoje estás a fazer o TPC do Sol Malaquias. Este sol é um malandreco. Depois de terminares os TPC´s vou contar-te a sua história!". Neste caso a criatividade é o limite!

    4. Realmente também preciso de ajuda! Um factor gerador de maior ansiedade nos pais poderá ser a incapacidade para esclarecer alguma dúvida dos filhos. Se não consegue ajudar o seu filho a resolver alguma pergunta ou exercício dos TPC´s, deve ser sincero e assumir: "Essa resposta eu não sei! Vamos pesquisar?". Poderá aproveitar este momento para pesquisar com o seu filho sobre algum tema que desconhece. É muito gratificante partilhar aprendizagens em família. 

    5. Eu não consigo aprender isto! Cada criança tem um modelo diferente de aprendizagem Na verdade não aprendemos todos do mesmo modo. 
    Uns caracterizam-se como auditivos, outros visuais e outros cinestésicos. 
    Tente compreender qual o tipo privilegiado de aprendizagem do seu filho e deste modo poderá motivá-lo a estudar e a aprender. 
    Uma criança auditiva, gosta que lhe contem histórias. Aprecia escutar outra pessoa a explicar os conteúdos.  
    Os visuais valorizam as imagens, aprende pela visão. Aprecia demonstrações e aprecia imaginar o que lê.  
    No caso dos auditivos e dos visuais, pode pedir-lhe para fechar os olhos e tentar imaginar tudo o que lhe é explicado. 
    O cinestésico, aprende através do envolvimento direto. Gosta de tocar e sentir. Experimente dar-lhe uma bola mole para mexer enquanto estuda.


    Bons estudos! :-D