Filhos únicos!
Quando o tema
a tratar são os filhos, inúmeras são as questões que se colocam e cada vez mais
surgem opiniões diferentes sobre o número ideal de filhos por família.
Resultado da
vontade do casal, da austeridade financeira ou por questões de infertilidade,
são muitas as famílias compostas por três elementos: pai, mãe e filho. Os
números são claros, e Portugal é o país da união europeia com proporção mais
elevada de filhos únicos.
Novamente um
assunto de abordagem controversa: Os filhos únicos! Neste artigo de opinião pretende-se
olhar as famílias na sua plenitude, independentemente da quantidade de filhos.
Facilmente
somos confrontados com a velha máxima: “Os filhos únicos são rebeldes, mimados
e egoístas.”
Será esta
crença correta? Na verdade, o importante para o crescimento saudável em termos
emocionais e relacionais de uma criança, não são os irmãos, mas sim outros
fatores, os quais iremos abordar.
Criar uma vinculação
segura, é fulcral para o seu filho cresça com sonhos, com hábitos de explorador
e com gargalhadas acutilantes. Crianças frágeis, superprotegidas e dependentes
facilmente perdem o brilho da infância. Tornam-se sombrias, com medo de sujar,
com receio em viver os sorrisos curiosos e aventureiros próprios da sua idade.
A questão não
deverá incidir na quantidade de filhos, mas sim na qualidade da sua educação,
independentemente das famílias escolherem ter um, dois, três ou mais filhos.
Efetivamente,
um filho único poderá sentir-se mais solitário em determinadas ocasiões, mas
tal irá depender de todo o envolvimento social e da qualidade relacional da
criança com os pares e adultos que integram o seu mundo. É importante promover
atividades em contato com outras crianças. Deste modo, sentir-se-á integrado,
motivado, exercitando o espirito de equipa.
Os filhos
devem ser educados na base do amor, do respeito e da partilha. O filho único
facilmente tornar-se-á uma criança amável, generosa, determinada, respeitadora
e FELIZ, se os valores da sua educação forem devidamente estruturados.
Um aspeto
menos positivo reside nas elevadas expetativas que muitas vezes são associadas
ao filho único. Neste caso, a criança poderá desenvolver maior propensão a
comportamentos ansiosos e de isolamento. Mais uma vez, cabe aos pais, família
alargada e á sociedade promover a cada criança a possibilidade de navegar nos
seus próprios sonhos, de gritar gostos originais e de pintar arco-íris de cores
criativas.
O principal
foco de atenção dos pais deverá residir no excesso. O importante para um filho
não é a quantidade de brinquedos, nem estatuto da escola que frequenta, nem as
roupas caras que veste, mas sim a qualidade dos abraços e dos mimos que recebe
da sua família.
Educar com
limites, regras e muito Amor. Sim, Obrigado!
Educar com
exigências, com controlo excessivo e com facilitismo. Não, por favor!
Para
finalizar, deixo apenas uma sugestão a todos os pais, com um ou mais filhos.
Agora que acabaram de ler este artigo logo que possível aproximem-se dos
filhos, olhos nos olhos e sorriam. Com ternura, abracem. Digam: “Gosto muito de
ti! Tenho muito orgulho em ti!”
Este é o único excesso permitido aos pais.
Dizer e expressar o quanto amamos os nossos filhos.
Mara Guerreiro
Psicóloga Escolar