segunda-feira, 1 de outubro de 2018


Filhos únicos!







Quando o tema a tratar são os filhos, inúmeras são as questões que se colocam e cada vez mais surgem opiniões diferentes sobre o número ideal de filhos por família.

Resultado da vontade do casal, da austeridade financeira ou por questões de infertilidade, são muitas as famílias compostas por três elementos: pai, mãe e filho. Os números são claros, e Portugal é o país da união europeia com proporção mais elevada de filhos únicos.

Novamente um assunto de abordagem controversa: Os filhos únicos! Neste artigo de opinião pretende-se olhar as famílias na sua plenitude, independentemente da quantidade de filhos.

Facilmente somos confrontados com a velha máxima: “Os filhos únicos são rebeldes, mimados e egoístas.”

Será esta crença correta? Na verdade, o importante para o crescimento saudável em termos emocionais e relacionais de uma criança, não são os irmãos, mas sim outros fatores, os quais iremos abordar.

Criar uma vinculação segura, é fulcral para o seu filho cresça com sonhos, com hábitos de explorador e com gargalhadas acutilantes. Crianças frágeis, superprotegidas e dependentes facilmente perdem o brilho da infância. Tornam-se sombrias, com medo de sujar, com receio em viver os sorrisos curiosos e aventureiros próprios da sua idade.

A questão não deverá incidir na quantidade de filhos, mas sim na qualidade da sua educação, independentemente das famílias escolherem ter um, dois, três ou mais filhos.

Efetivamente, um filho único poderá sentir-se mais solitário em determinadas ocasiões, mas tal irá depender de todo o envolvimento social e da qualidade relacional da criança com os pares e adultos que integram o seu mundo. É importante promover atividades em contato com outras crianças. Deste modo, sentir-se-á integrado, motivado, exercitando o espirito de equipa.

Os filhos devem ser educados na base do amor, do respeito e da partilha. O filho único facilmente tornar-se-á uma criança amável, generosa, determinada, respeitadora e FELIZ, se os valores da sua educação forem devidamente estruturados.

Um aspeto menos positivo reside nas elevadas expetativas que muitas vezes são associadas ao filho único. Neste caso, a criança poderá desenvolver maior propensão a comportamentos ansiosos e de isolamento. Mais uma vez, cabe aos pais, família alargada e á sociedade promover a cada criança a possibilidade de navegar nos seus próprios sonhos, de gritar gostos originais e de pintar arco-íris de cores criativas.

O principal foco de atenção dos pais deverá residir no excesso. O importante para um filho não é a quantidade de brinquedos, nem estatuto da escola que frequenta, nem as roupas caras que veste, mas sim a qualidade dos abraços e dos mimos que recebe da sua família.

Educar com limites, regras e muito Amor. Sim, Obrigado!

Educar com exigências, com controlo excessivo e com facilitismo. Não, por favor!

Para finalizar, deixo apenas uma sugestão a todos os pais, com um ou mais filhos. Agora que acabaram de ler este artigo logo que possível aproximem-se dos filhos, olhos nos olhos e sorriam. Com ternura, abracem. Digam: “Gosto muito de ti! Tenho muito orgulho em ti!”

 Este é o único excesso permitido aos pais. Dizer e expressar o quanto amamos os nossos filhos.

Mara Guerreiro
Psicóloga Escolar